ANÁLISE: INTER VIVE MAIOR VITÓRIA DA “ERA ODAIR” E FINCA O NOME PELO TÍTULO DA COPA DO BRASIL
O pênalti de Moisés mal explode no travessão, e Odair Hellmann já irrompe inabalado até a arquibancada. Ele extravasa, canta com a torcida e empunha até bandeira. Uma hora mais tarde, com o avançar da madrugada, o treinador já está mais tranquilo, mas não menos sorridente e diz que beberá um “vinho venenoso” para celebrar a vaga do Inter à semifinal da Copa do Brasil.
Motivos não faltaram para o comandante passar o resto da noite em festa, entre um cálice e outro. Nesta quarta-feira, a equipe conseguiu a vitória mais expressiva nos 19 meses sob seu comando ao devolver a derrota por 1 a 0 no jogo de ida e vencer o Palmeiras pelo mesmo placar no Beira-Rio. A classificação veio nos pênaltis, com triunfo por 5 a 4.
O roteiro percorrido pelo Inter até a vaga é tão emblemático quanto a vitória em si. Forjou a classificação com autoridade e superioridade em inúmeros aspectos: “na bola”, na intensidade, na estratégia e na emoção. Tudo isso para postular de vez a candidatura ao título da Copa do Brasil. O rival na semifinal será o Cruzeiro.
– A defesa deles não levava gols há mais de mil minutos. Isso é o tamanho da nossa classificação. Tem que reconhecer o grande jogo que o grupo fez contra um dos principais elencos do futebol brasileiro. Para conseguir um feito desses, você precisa estar fortalecido. Só gostaria que hoje não tivesse mais Copa do Brasil, que fôssemos campeões. Mas não significa nada contra o Cruzeiro – desabafou Odair.
Com a necessidade de reverter a derrota por 1 a 0 na ida, o treinador escalou D’Alessandro na vaga de Nonato. Mas a manutenção de Patrick diz tanto sobre a estratégia para a partida quanto a entrada de D’Ale.
O argentino deu mais criatividade à equipe, com liberdade para encostar em Paolo Guerrero e Nico López e servi-los com assistências. Patrick, por sua vez, garantiu a intensidade e a combatividade necessárias para enfrentar o jogo de vigor físico típico do Palmeiras.